Entre aulas e trabalho. Entre exames de rotina e heranças hereditárias cardíacas. Entre tanto e ao mesmo tempo tão pouco. Mais um 25 de Abril.
Nasci um ano antes desta liberdade, portanto não conheci outro regime a não ser este.
Tive um avô comunista. Que via no Álvaro Cunhal um líder. Cheguei a ir com ele ao avante ainda no coração de Lisboa. Lembro-me de o ouvir gritar a plenos pulmões “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!”
O outro avô era do CDS. Do tempo do Freitas. Homem que se levantava às 4 da manhã praticamente todos os dias para rumar ao talho que era seu.
Durante os verões de muitos anos, em grandes sardinhadas, na ilha que era minha, estes dois homens sentaram-se lado a lado. Comeram e beberam, riram, viveram.
Esta é a liberdade.
Tuesday, April 28, 2009
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1 comment:
Sem dúvida, um dos melhores relatos que algum dia ouvi. Sim, isso sim é liberdade.
Beijo gordo.
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