Wednesday, January 13, 2010

liver thoughts

Reúno-me comigo à mesa de um restaurante, onde sou recebido sempre com um sorriso e com palavras de gente que já me conhece desde há muito. Já ali passei momentos muito bons, outros menos, muitas vezes acompanhado, outras tantas, sozinho. Enquanto me organizo vou estabelecendo pontos e metas, reflicto, inflicto, respiro, tento-me ouvir. De quando em vez gosto de comer comigo. Dá-me tempo para pensar sem falar.

Entre um trago de vinho e uma pausa, entra o indiano das rosas, ao qual cumprimento, reparo que estou ali sozinho, que sou o único naquela sala, onde a azulejaria não é o forte mas onde nada me tira o prazer de umas iscas. Ficamos por momentos a olhar um para o outro. Aquele homem que já me vendeu rosas para oferecer, onde já lhe compraram rosas para me oferecer, está especado à minha frente. Ocorre-me num repente se alguém, algum dia, já lhe comprou rosas para lhe oferecer. De certo que não. Baixo os olhos e foco-me numa isca.

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